terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Tempo... frio... inverno... sensaçoes??

Tempo...
Tempo passa...
Distancia fica... aumenta...
Chega o frio... tudo arrefece...
Tremo... de frio...
vem de dentro...
o que me dificulta a respiração, controla-me tambem o tremer...
controla-me os movimentos...
sinto-me estatico...
sinto-me imovel...
o tempo passou...
mas sinto o passado AQUI!!!
passou o tempo...
passou o vento...
houve tempestades...
mas estou aqui...
sentado...
neste muro...
à chuva...
ao vento...
neve...
geada...
tudo...
venha o que vier...
estou aqui...
sinto-me nu...
sinto-me vazio...
despejado...
um trapo...
vejo os buracos no chao...
os charcos de agua...
lama...
um no na garganta...
o cerebro atrofiado, com tanto pra dizer, e nada a saír...
quase perdi a minha identidade...
consigo controlar-me...
mas sem duvida... estou alterado...
o silencio...
o isolamento...
a sombra...
a escuridao...
chamam por mim...
de braços abertos...
pretendem acolher-me comodamente...
tento com eles encontrar aquilo que sou...
o que outra hora fui...
o que me caracteriza...
choro...
as lagrimas que vao secando...
têm sabor amargo...
tal como o suor que me sai dos poros...
olho pras estrelas...
pergunto-me como foi que aconteceu?
pergunto-lhes onde está o vosso brilho?
pergunto-me o que é feito de todo o calor?
pergunto-me...
pergunto-me...
nao consigo a isto satisfazer com uma resposta...
mergulho na amargura das minhas lagrimas...
do meu suor...
do ar que me rodeia...
dos pensamentos que me seguem...
procuro a luz...
corro...
grito...
choro...
torço-me...
estico-me...
olho pra mim...
olho pro ceu...
olho pras estrelas...
procuro a lua...
procuro o sol...
onde está a luz?
onde está o calor?
todos os astros parecem ter-se apagado...
o mar de sentimentos que me envolve, é frio...
cada vez mais...
envolve-me...
vira-me...
sacode-me...
à amargura, junta-se o sal...
frio
tremo
baloiço no pisar o chao
nao consigo sair do mar...
nao estou preso...
mas a agua nao me solta...
o frio impede-me de sair...
mantem-me estatico
imovel...
paralelizado...

Vento... espero por ti...

Saudações...

(mais umas linhas... cumprimentos a todos!)

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Justiça?

Justiça...
escreve-se a direito por caminhos tortos...
mas... o que será isso?
existe??

Tenho-me deparado com problemas pessoais e profissionais ultimamente e constato
que quem segue sempre a direito em qualquer uma das vertentes, sai sempre pior que quem não vai a direito...
Porque?
É Justiça isso?
Como pode ser?
De que nos vale andar-mos sempre a direito?
De que nos vale ser correctos?

Claro que sem muito pensar, chegamos facilmente às respostas:
ficaremos com a consciência tranquila
não teremos nada a temer

Será isso suficiente para compensar os "castelos de areia" que caem após anos e anos de desejos, planos, sofrimento, lágrimas, suspiros, bocejos, fé, confiança, ...

O vento vem...
com a sua força,
com a sua violência,
com o seu jeito,
passa...
remove os restos dos castelos deitados abaixo...
e deixa novamente tudo plano,
liso...
aparentemente limpo...
mas...
a alma..
a essência...
ficará para sempre com restos...
ficará para sempre com marcas...
Serão elas recolhidas?
Serão elas reconstruídas?

O vento destrói,
O vento voltará a construir...

Ao vento me entrego...
Ao vento me confio...
O vento me guiará...

Lágrimas caíram...
Lágrimas cairão...
Até que sequem...
Quando secarem, vai doer...
Mas não terei mais pra chorar...
Não temerei...

Poderei eu pedir justiça?
O vento o dirá...

(lamento, mas o texto transmite o meu estado de espírito...)